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quinta-feira, fevereiro 18, 2010

A exibição do choque de trovão

  
    Era uma vez um reino distante onde um rei muito sábio governava com paz e justiça. Mas ele estava velho e temia pelo futuro. Certo dia depois de discutir o assunto, decidiu que realizaria um torneio e que os prêmios seriam a coroa e o direito de desposar a sua filha, o que foi aceito de bom grado. O rei deu a sua benção para que qualquer um no reino pudesse participar da prova, mas fez a imposição que atiraria aos leões todos os que falhassem. Diante de tais medidas anunciou:

"Aquele que será declarado sucessor de meu legado tem de ter coragem, sagacidade, e um coração puro. Tudo o que peço dos nobres candidatos é que venham com a intenção de fazer valer o meu tempo, já tão curto."

    E assim foi feito, nada foi questionado. Dados todos os trâmites reais, o torneio teve seu  início decretado. E já nos primeiros dias surgiram candidatos. Três deles, todos filhos de nobres, de boas feições e donos de educação ímpar. Levados ao julgo do rei, foram masi uma vez ameaçados com os leões, menção da qual fizeram troça:

"Se é pela formosa princesa diante de nós e pelo bem desta nação que nos foi prometida, as mascotes do rei não passam  de bichanos domados. Nem mesmo a besta do fim do mundo haveria de fazer jus a nossa determinação."

    Tendo as aprovação do rei, foram conduzidos até a arena da cidade para que todos pudessem assistir ao evento. Toda a cidade havia parado as suas atividades e as famílias cos candidatos compareceram em peso. As mães protestaram, pelo risco de vida que seus filhos corriam, mas os pais riam alto, se gabavam de seus rebentos e faziam júbilos ao rei.

"O nosso rei sabe como agradar seu público."
   Os jovens acenavam com ar triunfante para seus expectadores e se davam ao direito até de fazer gracejo para as donzelas. Uma cena grandiosa como nunca antes havia se visto no reino. E então surgiram o rei e sua filha e tudo se fez silêncio. Os jovens se prostaram, e o rei olhou para eles em tom severo e desafiador. E então o mais altivo entre os rapazes olhou de volta e se manifestou:

"O rei, revele seu desafio. Deixe-me ser o primeiro e o único a provar aqui, perante todos os seus, o meu valor e o nome de minha família."

   Perante a isso, os outros dois fizeram os seus protestos. Mas o rei os impediu. Elogiou sua coragem por terem vindo até ali e a astúcia de suas palavras. E então, explicou que seu teste era algo muito simples, e que os três poderiam fazê-lo ao mesmo tempo. Questionado sobre tão misteriosa charada, sobre a qual havia meditado 3 dias e 3 noites. Ele sorriu e colocou a mão em suas vestes de onde então sacou uma maçã. 

"Este é o seu teste." - e atirou a maçã aos pretendentes de sua filha.

   Todos haviam ouvido claramente ao rei? O que será que era este teste, havia o rei fraquejado de suas faculdades mentais? E está maçã? Sem dúvida um fruto célebre entre os mitos, mas era apenas isso? Deveríamos cortá-la, comê-la? Os príncipes de repente foram tomados pelo temor e pela dúvida. O rei parecia sério quanto aquilo tudo. E haviam pessoas demais assistindo. Seja qual fosse a sua ação poderia ser a última. Poucos minutos se passaram e um dos jovens sucumbiu a desespero.

"Mas que piada seria essa para com os seus súditos?"

"Esta é a sua resposta, garoto?" - Respondeu o rei impassível. - "Nenhum de vocês pensa diferente dele?"

   Não foi dita palavra. O rei fez apenas um sinal. Os leões foram libertos. E todos na arena explodiram nas mais diversas reações. Os pais dos jovens nobres correram ao rei. Protestaram, ameaçaram, imploraram pela vida de seus filhos. A brincadeira estava divertida, mas não o era mais. O rei lhes encarou:
"Em algum momento eu demonstrei estar brincando sobre o futuro do meu reino?"

   Rugidos tomaram a arena. As bestas ferozes se aproximavam lentamente de sua refeição. Criaturas monstruosas trazidas de terras esrangeiras pelo rei apenas para a ocasião. os jovens rebentos  fizeram menção de se defenderem usando suas espadas de fino valor, mas termiam tanto que mal podiam se mover de seus lugares. Quando tudo estava perdido, a princesa intercedeu por eles:

"Meu amado pai, agora chega. Sei o quanto ama este reino e respeito suas boas intenções ao me escolher um marido, mas eu não quero carregar a morte destes rapazes pelo resto de minha vida."

   O estádio se silenciou de novo. Todos se comoveram com as palavras da jovem princesa. A situação era tal que até mesmo os leões pararm de avançar. Os jovens se atirarm ao chão em lágrimas e agradecimentos pelas vidas que foram poupadas. As feras foram brevemente retiradas e suas famílias adentraram a arena para resgatar seus herdeiros.

"Atirem-nos ao calabouço." - Ordenou ao rei - "Pelo bem de minha amada filha que usa de sua condição para interecer por suas vidas assim será feito. Mas ainda há um preço a pagar por terem me desafiado."
    E então adentratam os soldados, desvencilharam os pobres dos colos de suas mães e os arrastraram a fria e sombria morada a qual pertenciam os desafetos do rei. Houveram protestos, mas foram prontamente silenciados pelo olhar enfurecido do rei. Foi uma tarde ímpar e que foi motivo das conversas dos camponos e das canções dos bardos por todo o ano que se passou.

    E então em um dia qualquer, detiveram um sujeito por fraude. Diziam que usava de sua esperteza para tapear as pessoas de bem se fazendo passar por médico. Tinha boas palavras era um sujeito bem afeiçoado e bastante vivo, mas era só o filho do moleiro. Suas ambições consistiam em juntar ouro e sair pelo mundo. Mas agora ia ser atirado a prisão. Foi acusado charlatão, que tomava o dinheiro dos trabalhadores honestos e os favores das moças honradas com a sua conversa. Levado ao rei:

"Idolatrado senhor, não perca do seu precioso tempo com um sujeito como eu, que não tinha qualquer má intenção nos atos que cometeu."

"Quer dizer que não se arrepende de nada do que fez?"

   O pretenso médico engoliu seco.  Os que assistiam ao julgamento pediam logo para que ele fosse trancafiado para pagar pelas injustiças que cometeu. Outros que se sentiam mais lesados pelas pediam pelo seu enforcamento.

"Já que remédio não tem a minha situação, ao menos deixem que escolha minha punição. Deixe-me do rei enfrentar a sua antiga provação, pois uma vez que falhar, vou direto para a boca do leão."

   O assunto já havia se tornado tabu naquelas terras. Todos os que ali estavam calaram, niguém queria sequer lembrar daquele dia. Era um assunto para ser esquecido, visto até que os ditos ofensores até mesmo o perdão e sua liberdade já haviam restituido.
"Bwaahahah!" - A Gragalhada do rei soou por toda a cidade - "Minha filha adorada . Este homem lhe agrada?"

   A garota não disse palavra, parecia surpresa de ver seu pai sorrir depois de tanto tempo. A primeira vista não desgostou dos traços do rapaz, embora o achasse impertinente demais. Achou que não havia problema em conceder este privilégio ao pretenso doutor, uma vez que não era muito interessada neste assuntos de amor. O rei então se satisfez. Mandou o rapaz no dia seguinte voltar outra vez. Declarou que já que dessa vez de sua filha tinha permissão. 

"O rapaz se falhar não escaparia ao leão."

    Tendo ganho um último dia de vida, o jovem charalatão pois-se a fazer a sua preparação. Correu até em casa para ver um familiar abatido. Seu gêmeo irmão. Apaixonado em segredo pela princesa, frustado pela sua pobre condição. Trancava-se em casa, amaldiçoava o destino e bebia sem noção.

"Ora meu caro, celebremos a noite toda hoje! Amanhã parto em busca de meus sonhos e a você lhe deixo a chance de me prestar um grande favorzão."

    E então o outro grunhiu. Virou-se para o lado e dormiu. O charlatão então arrumou o seu irmão o banhou e o vestiu e esperou pela manhã do dia seguinte. Logo cedo os guardas vieram e arrastaram o bebado de sua humilde residência. Se compadeceram de sua situação. Afinal se fosse seu último dia de vida, também sóbrios não estariam na presente situação.

    A situação era mais que perfeita. gêmeos idênticos que eram. Muito pouca gente tinha conhecimento desta condição. Pois o moleiro não falava muito de seu filho moleirão.  Posto em frente ao rei estava o bêbado, não tinha um copo, mas um pão em mãos, artigo que coletara em uma bandeja que cruzara seu caminho. Na sua trilha rumo a perdição. Não tinha ciência disso, que morreria para salvar o irmão. 

    Então teve inicio mais uma vez a competição. dessa vez o destino do candidato não importava, já que era um naldito charlatão. O rei então fez suas preces e atirou a maçã ao chão. A maçã bateu no bêbado, que perdeu o equilibrio e foi derrubado então. Ele olhou para o alto e reconheceu a bela princesa, mas não o outro grandalhão. Fez uma careta, e jogou seu pão. Todos que estavam rindo se espantaram ao ver que o rei gostou da reação.

    E então o rei lhe mostrou um dedo. O duble o falso médico lhe mostrou dois. O rei mostrou-lhe três dedos. E o bebado mostrou em desafio quatro dedos. O rei mostrou-lhe um punho fechado. E todos ali ficaram estupefatos. O malfeito havia sido encurralado, até um passo para trás havia dado. Então tomou fôlego e fez um movimento inusitado. Deu um soco no ar fez várias circunferências com a mão aberta e as puxou de volta em sua direção.

"Bravo!" - Disse o rei, que perspicácia - "Não dava nada por você ontem, mas jovem que lê mentes, és digno da minha admiração"

"Papai, por favor se explique. Não foi proferida palavra, mas devemos entender que aqui houve uma discussão?"

"Minha filha, contempla a sabedoria deste jovem, a quem lhe dou por marido. A ele foi oferecida uma maçã, e ele respondeu: 'nem só de pão há de viver o homem'. Então lhe indaguei se o que esta nação precisa, é o conhecimento de um homem. Ele me respondeu que não apenas conhecimento, mas também coragem. Por minha vez: 'Conhecimento, coragem, e um espírito puro'. E ele: 'Conhecimento, coragem, um espírito puro e amor ao próximo'. E então veio a parte crítica: 'O meu sucessor tem de ser um homem com firmeza de caráter!" E ele me disse 'O verdadeiro homem deve ser aquele capaz de envolver toda uma nação. Alguém capaz de ter sempre todos os que ama junto de si.'"

   A filha achou a explicação do pai dela fantasiosa demais, mas resolveu não discordar. Todos os que queriam condenar o bendito médico agora o rejubilavam. Era o homem que quebrou a maldição. Fora carregado nos ombros. Durante toda a semana houve comemoração.

   Seis meses se passaram e o reino estava em paz. Muitas coisas foram esclarecidas desde então. E o novo rei que era apenas um bebado, de fato não era mal rapaz. Era uma tarde calma aonde o novo soberano tinha um encontro a sós com o seu fugido irmão. O feliz e falso médico que voltava de viagem ria bastante de tudo o que acontecera até então. A rainha então entrou e juntou-se a discussão:

"Meu marido, diga a verdade. aquele discurso fora de meu pai uma invenção?"

"Minha amada, verdade seja dita, o antigo rei meu sogro, era uma pessoa muito criativa. Mesmo bebado do que discutimos eu lembro e nenhuma daquelas palavras nobres por mim fora dita."

"Então, você há de nos esclarecer então, meu bêbado irmão?"

"Que assim seja, mas que fique claro não me orgulho nada disso. Bebado que estava não reconheci vossa majestade que ali permanecia, estava com fome naquele dia sendo levado para lá e para cá, por sujeitos que mal conhecia. E quando dei por mim estava em frente a minha bela princesa junto de um homem arrogante que eu não conhecia. Ele me ameaçou com uma maçã, então lhe devolvi o insulto com um pão. Ele fez menção de cravar um dedo em mim, então eu respondi que lhe vazava os dois olhos. Por algum motivo ele disse de furar três de meus olhos, então radargui que lhe furaria todos os quatro. Então ele ameaçõu minha amada com um murro, e eu lhe respondi que se fizesse isso eu lhe acabaria com tudo aquilo que ele chamava de cara..."

Livremente adaptado por mr.poneis de piada apócrifa, conhecida na internet, como "O enigma do rei"

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mr.poneis
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