Até mais ver: Quem você acha que eu sou?? Kiick! — Jeeha Kamina

domingo, janeiro 13, 2008

Quem você acha que eu sou?? Kiick! — Jeeha Kamina

"" → nota: postar um pensamento muito bom aqui...
12/02 edit: "Quem semeia o milho, semeia a Religião. Não trabalhar é Pecado - Zarathustra"



Células cinzentas, Células Cinzentas...

Acabei de ver "Quando Nietzsche Chorou" versão filme... (nota: fazer um post só sobre isso mais tarde)

Certa vez aqui no Blog eu postei a seguinte frase: "Contra Nietzsche eu sou impotente, não há nada mais que eu possa dizer" (na pequena caixinha de mensagens que durou pouco tempo aqui, obrigado pra quem a apagou). então eis que me vi vítima de um interessante paradoxo "ler nietzsche e não ter nada a dizer com certeza é como ir a uma sorveteria com calor e com dinheiro e pedir água." ou algo desse tipo.

Não chega nem a ser contraditório, mas sim, mal-educado. (Realmente é uma péssima sensação quando você fala para ser ignorado)

De fato eu nunca li nenhuma de suas obras, o material que dispunha no momento é a visão que o renomado novelista Irwin D Yalom (D?) tem dele. Mas acho que seja suficiente pra analisar uma de suas célebres frases:

"Nós criamos Deus, e nós mesmos o matamos"

Isso se dá devido ao ajuntamento de idéias simples

Em suas várias biografias (eu só tenho aquela do final do livro do Yalom), é citado que o pai do jovem Nietzsche fora pastor e que ele passava mais tempo com uma biblia do que com outras crianças de sua idade, fazendo disto um refúgio pra não ter que passar as tardes com sua mãe irmã e as amigas destas)

idéia n° 1 "Nietzsche e Deus já foram os melhores amigos"

Depois que cresceu um pouco e provavelmente terminou de ler a Bíblia. Nietzsche passou de interlocutor para questionador. Ouvira tudo o que Deus tinha a dizer, mas queria ser ouvido também, queria discutir o interessant6e conteúdo ao qual fora apresentado. Mas eis que dai foi imediatamente apresentado a uma nova realidade: Não havia ninguém ali para ouvi-lo, não havia ninguém para ser questionado. Deus tinha desaparecido e também não havia ninguém com Nietzsche pudesse falar a respeito. (O Pai de Nietzsche já falecera nesta época, ele não cultivou amigos durante a sua infância, e as pessoas mais próximas eram sua mãe e irmã)

idéia n° 2 "Definitivamente Nietzsche não brandiu uma faca pra Deus e o matou*, Deus morreu pelo intermédio de um simples questionamento"
(* Isso é um conceito que eu tive da cena do assassinato. No livro o Nietzsche-personagem abordava isso com tanto fervor que realmente parecia um ato de barbárie. Pura e simples)

Nietzsche estava sozinho, o que Deus havia feito com ele era muito covarde, até mesmo mais cruel do que o que ele havia feito com os outros profetas listados nas suas palavras. Nietzsche estava decidido que não ia deixar isso barato. Por que todos o abandonavam? "Se era pra Deus estar morto, então que seja, eu o matei". Tão logo começou a lecionar, começou a divulgar sua idéia pra quem quisesse ouvir. Talvez não fosse desse jeito se eu tivesse mais amigos mais amigos no passado. A culpa não é só minha

idéia n°3 "Eu não matei Deus sozinho, Vocês também tiveram parte nisso. Nós o Matamos"

Nietzsche tinha se tornado (naquele momento, só pra ele) alguém que tinha superado Deus. Matou as sombras da caverna*(Mito da caverna de Platão) e tirou de lá tantos quanto podia, gente que não era suficiente pra carregá-lo nos ombros como o herói que merecia ser. NA ÉPOCA EM QUE VIVIA TAMBÉM NÃO CHEGOU A SER PERSEGUIDO PELAS SUAS IDÉIAS, O QUE NÃO FAZIA DELE UM MÁRTIR DE SUA CAUSA. Não estava satisfeito com os resultados.
Notou algo de interessante na ocasião. Deus estava morto, ele sabia. Mas parece que ninguém mais sabia disso, ou pelo menos não ligava. Ele os estava alardeando mas eles ainda viviam como se Deus ainda estivesse com eles. Mas ele não via Deus. Apenas ele estraria só?

idéia n°4 "Nietzsche estava contrafeito. Deus estava morto aos seus olhos e também aos olhos daqueles ao seu redor. Mas estava vivo de alguma forma. Será que apenas foi para outro lugar? Se o fez então ainda lhe devia uma resposta!"

Nietszche até onde se entende nunca viu Deus como alguém superior, mas sim um igual, e por si só um rival. Quando este inimigo desapareceu, só restou a vazio e o desespero. Aí Nietzsche descobre que não havia surgido um novo inimigo, porque o seu oponente não estava definitivamente morto. Isso de certa forma era algo muito feliz para ele. Agora seu adversário havia se tornado imune aos seus ataques. De certa forma atingira a imortalidade. Como faria para alcança-lo?

idéia n°5 "Imortalidade = Plantar uma árvore + Ter um Filho + Escrever um Livro. Opção 1, muito surreal. Opção 2, muito fora de mão. Opção 3, estava ai a sua resposta.

Nietzsche se encontrava em um plano onde não podia atingir Deus, isso era um confronto pra ir além dos tempos. Deus tinha alcançado sua imortalidade através de sua palavra. Então alcançarei a minha imortalidade através da minha. Nietzsche começou a escrever. A Imortalidade realmente era algo difícil de se obter. Um confronto muito demorado, consigo mesmo. Viu muitas coisas, inclusive coisas que não queria ver. Mas faria todo o possível pra vencer. Matara Deus e estava se sentindo muito culpado por isso. Ai vieram as dores de cabeça. Muitas vezes se contradisse e buscou o autoconsolo pra superar aqueles desafios. Viu que não conseguiria sozinho...

idéia n°6 "Deus tinha Jesus pra divulgar sua palavra, não só Jesus mas muitos profetas, então também terei um profeta que divulgue minha palavra." Assim surgiu Zaratustra.

♪ (som de assovio), quanta besteira junta... não eram as minhas melhores células cinzentas, mas sr. Palilo espero que ache esta resposta (pela qual tanto cansou de esperar) satisfatória. As musas acredito, não planejam me visitar tão cedo.

Até mais ver
mr.poneis

Ps.: Um bando de idéias desajustadas isso sim, o texto está postado no mais cru de sua forma, necessito de revisão. Grato.

Ps².: Nietzsche nasceu em 15 de Outubro de 1844. Diz muita coisa sobre ele, não é mesmo?
  • Facebook
  • Disqus
  • 18Blogger
comments powered by Disqus

18 Verdades

Virgulino disse... [responder]

Eu realmente preciso ler esse livro para poder interferir nesse assunto também. Eu observo muitas semelhanças nesse rompimento que Nietzsche teve com Deus e o meu rompimento com o mesmo. No entanto, pela forma que você expressou, pareceu algo verdadeiramente doloroso para ele, e para mim não foi. Para mim Deus não morreu; é simplesmente uma arma que já desperdiçou todos seus projéteis, mas ainda é uma forma que amedronta quem a vê. Cuidado com quem empunha essa arma, mesmo essa estando sem projéteis.

Até mais ver..

PS: Que musas são essas que não planejam te visitar? Apresente-as para mim.

PS: Fico devendo a revisão, preciso ir dormir agora. Pelo que li há poucos erros. Mas há.

mr.Poneis disse... [responder]

As Musas

Eu conheço seus nomes, mas me parece que não é o suficiente pra me considerar um amigo.

Geralmente elas insistem em me visitar só depois que eu abdico dos meus vícios como jogo, animes & mangás em prol do trabalho braçal...

Ha! E é ai que mora a minha tragédia particular.

Até mais ver
mr.poneis

Gustavo Borim disse... [responder]

Prezados,

A priori parabenizo-o pelo post Poneis, como o sr. mesmo citou a algum tempo esperava eu por ele. Até mesmo a tão filosofal esperança estava morrendo em mim no que diz respeito à criação deste post.
Você fez um bom "emaranhado" de idéias (sim, isso é um elogio e não uma critica!).
Assim que eu conseguir unir os fatores força fisica, capacidade intelectual e tempo farei um comentário mostrando minha posição sobre sua boa viagem (sim, isso também foi um elogio!).
Sendo assim, per enqunto já digo-lhes até mais ver
Palilo

PS: Caso vc queira ler algo do Fried, sugiro começar por "Ecce Homo -De como a gente torna o que a gente é", sua autobiografia, tenho-a em mi casita e empresto-lhe.
Até mais ver

Gustavo Borim disse... [responder]

PS: Lembre-me de não esquecer de realizar as experiências quais o sr. sugeriu-me algum tempo atrás.
Até mais ver
Palilo

Unknown disse... [responder]
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse... [responder]

O post ficou muito bom mesmo, talvez um tanto cruel dependendo do ponto de vista de quem o leia. A reveleção de que Deus está morto as vezes assusta e muito.Mas faz um pouco de sentido toda vez que cometemos um ato que deus não goste é a mesma coisa de contra ele estar brandindo uma faca, na escuridão em que nós encntramos dentro de nossa propria mente. Pois é dentro de nossa cabeça, junto com os nossos pensamentos que ficamos trancados a maior parte do dia.
Aguardando de alguma forma que a resposta tão esperada apareça para esclarecer e iluminar as coisas.
Assim com 'Nietzsche' disse que as suas dores de cabeça eram as dores do parto pois ali dentro de sua cabeça estavamas respostas que ele buscava era através de 'Zaratustra' que ele pretendia alcança-las.

Pronto! aqui está o meu comentário estremamente estranho mas ai está.
Mr.Poneis acabo de cumprir uma promessa, disse que um dia entraria no blog pra ler algum post e deixaria um comentário.

Fuiiiiiz
Até mais ver.....

Gustavo Borim disse... [responder]

Boa noite,
Gostei da relação que vc fez Poneis "ir à sorveteria com calor e pedir água", concordo com tal. Filosofemos em partes:

Idéia nº1: "Nietzsche e Deus já foram os melhores amigos"
Sim, Fried chegou a pensar (segundo biografias) em seguir a carreira do pai, era chamado pelos colegas de escola de "Pequeno pastor".
No entanto, desde criança mostrou ter queda pelas artes e literatura, criando na escola até mesmo uma pequena sociedade para esses fins.
aluno modelo, dócil, feliz e leal obteve uma bolsa de estudos na escola Pforta, onde começou a aproximar-se da dilosofia e afastar-se do cristianismo, estudou diversos filósofos e teólogos, porém por influencia de um professor parou de estudar teologia e interessou-se pela filologia. A partir de seus trabalhos foi nomeado professor de filologia em Basiléia.
Nietzsche já professor foi atraido pelas obras de Shopenhauer, principalmente pelo ateísmo do mesmo e por estudos metafísicos da música.
Fried não era só, tinha amigos com os quais sempre trocava cartas, principalmente amigos da acadêmia.
Então idéia nº1 "confirmada", Fried e deus um dia poderiam terem sido melhores amigos! (acertei os tempos dos verbos?)

Gustavo Borim disse... [responder]

idéia n° 2 "Definitivamente Nietzsche não brandiu uma faca pra Deus e o matou*, Deus morreu pelo intermédio de um simples questionamento"
Creio que deus morreu antes de Freid adoeçer, porém sim, deus morreu com base em questionamentos, seja por influência de "O Mundo como Vontade e Representação", de Schopenhauer ou por influência de outros filósofos em Fried.

Gustavo Borim disse... [responder]

idéia n°3 "Eu não matei Deus sozinho, Vocês também tiveram parte nisso. Nós o Matamos"
Creio que Fried, de uma forma mais dionisiaca, preferiria ter matado deus só, para cada pessoa poder matar seu deus também, creio eu..


Adida: Cronologia:
1844 -nascimento;
1849 - morte de seu pai e irmão;
1858 - bolsa de estudos na escola de Pforta;
1869 - nomeado prof. de filologia em Basiléia, onde lecionou por 10 anos;
1867 - amizade com Wagner;
1870 - serve o exército como enfermeiro, no entanto logo adoece contraindo difteria e disenteria;
1871 - surge seu 1ºlivro (Nascimento da tragédia) e nessa época surge suas incontrolaveis dores de cabeça;
Nessa época sua dores pioram, sua voz some e em 1879 Fried pede demissão do cargo, iniciando sua grande critica de valores, escrevendo "humano, demasiado humano" (com certeza um livro em crise)
Agora sim, nessa época Fried começa a distanciar-sedos amigos e nãoser entendido, muda sua opnião sobre Wagner e Sócrates;
1882 -Zaratustra
1888 - fried começa a escrever cartas estranhas, ora assinando como Dionisio, ora O crucificado ora O anti-cristo
1900 - morte

Gustavo Borim disse... [responder]

idéia n°4 "Nietzsche estava contrafeito. Deus estava morto aos seus olhos e também aos olhos daqueles ao seu redor. Mas estava vivo de alguma forma. Será que apenas foi para outro lugar? Se o fez então ainda lhe devia uma resposta!"

Não creio que a morte de deus tenha pesado tanto para Fried, imagino que o fato de deus, para alguns, estar vivo isso sim pesava.

Gustavo Borim disse... [responder]

idéia n°5 "Imortalidade = Plantar uma árvore + Ter um Filho + Escrever um Livro. Opção 1, muito surreal. Opção 2, muito fora de mão. Opção 3, estava ai a sua resposta.

"O aforismo, a sentença, gêneros nos quais eu sou o primeiro entre os mestres alemães, são as formas de Eternidade; minha ambição é dizer, em dez frases, o que todos os outros dizem num livro... o que todos os outros não dizem num livro"
Nietzsche

Gustavo Borim disse... [responder]

idéia n°6 "Deus tinha Jesus pra divulgar sua palavra, não só Jeus mas muitos profetas, então também terei um profeta que divulgue minha palavra." Assim surgiu Zaratustra.

♪ (som de assovio)

Adorei essa relação! Ótima!
Ao meu ver, Fried queria um personagem que fosse um homem perfeito, um "Super-homem" ou, como eu prefiro, um pós-homem.
Assim surgiu Zaratustra, alguém acima de qualquer moral!
Apesar de ainda não ter lido o referido, creio que seja a melhor obra de Fried, nas palavras do mesmo, pela idéia do "Eterno retorno", pelo poder do "Eterno retorno", uma metodologia de vida onde o homem pára de buscar pela eternidade e começa a viver intensamente o hoje (dizendo a grosso modo).
Carpe dien

Gustavo Borim disse... [responder]

Pero sua posição no que diz respeito aos meus comentários, desculpe ter complicado mais afim de esclarecer.
No aguardo de críticas, duvidas ou sugestões

Palilo


Até mais ver..

mr.Poneis disse... [responder]

Combo! (7 Hits)

Talvez um post-resposta fosse mais adequado... ou não.

tese, confere.
antitese, confere,
bom como parece que ainda faltam opiniões relevantes a concepção de uma sintese, prossigamos com a antitese da antitese
(o palavreado complicado é para compensar outras deficiências minhas, é inevitável... por favor me ignorem)

É~~~!, parece que minha tese carecia mesmo de fontes mais precisas... Ótimo, vamos ver se alguém encontra mais caco...

Até minha irmã comentou... Deus age mesmo de maneiras estranhas e misteriosas...

As musas fugiram mais cedo do que eu esperava e me deixaram só com a preguiça(vicio). Tinha material pra mais dois ou três posts, fazer oq?

Até mais ver
mr.poneis

Gustavo Borim disse... [responder]

mr Poneis,

Tem algo que a tempos estou para questionar-lhe.

Nessa referida obra tem um dado que acabou entrando em nosso blog, desde a sua formação original.

Recuso-me à acreditar que o sr. não percebeu qual é esse dado!

Sendo assim peço para ao sr. que declarare essa informação aqui, o que, captada da obra "Quando Nietzsche Chorou", é usado por nós neste blog desde sua existência?

Até mais ver

Palilo

mr.Poneis disse... [responder]

Você acabou de perguntar pra pessoa que é incapaz de encontar um pedaço de palha num palheiro meu caro...

Talvez a outra ponta desta dita relação pitagórica (a.k.a. mestre Virgulino) tenha mais sucesso do que eu...

Auf Wiedersen (Definitivamente assim é melhor no que noch meher sehen, quando se trata de "até mais ver" em alemão)
mr.poneis

Gustavo Borim disse... [responder]

A resposta está DEMASIADAMENTE mais perto de tu do que podes imaginar!

Pense!
Releia seu comentário!
Pense!

Quá "expressão", marcante neste blog, foi roubado da obra "Quando Nietzsche chorou"?

Até mais ver

Palilo

mr.Poneis disse... [responder]

(Spoiler)

Rposesta: "Relação Pitagórica"

(/Spoiler)

Até mais ver
...