Até mais ver: maio 2016

sexta-feira, maio 13, 2016

O real perigo na reutilização de senhas

Bata enquanto o ferro esta quente. É o que se costuma se dizer por aí... Vamos ver o quanto pode ser produzido de um post que esta sendo digitado nestes quinze minutos que eu tenho livre em uma manhã de segunda feira... Pois por mais difícil que seja de acreditar todos as dezenas, centenas de posts que eu tinha em mente para preencher este amargo hiato que este blog experimenta são fruto de tantas divagações, premeditações e revisões que acabam não saindo. Muitas vezes por que o produto final se tornou deveras distorcido de sua proposta original, outras por pura vergonha alheia mesmo...


Terminadas as habituais desculpas para minha falta de inspiração. O motivo que me traz a postagem de hoje... Uma curta indagação sobre religião. E eu espero que seja algo sucinto e de fácil digestão. Até o presente momento acredito que posso resumir minha indagação a estas duas perguntas:
1 - Quais são os limites para a representação do sagrado dentro de um ambiente fictício.
2 - Dentro das nossas práticas cotidianas. O que pode e não pode ser considerado como idolatria?
Já havia abordado o assunto da minha primeira questão neste post do Café Filosófico que há de acontecer apenas quando Deus assim o permitir... Mas pretendo abordá-lo de um prisma diferente: Desde que Jesus veio, revisou, formatou e descomplicou as leis que previamente havíamos recebido do profeta Moisés, eras se passaram e novos catequistas, doutores da lei, mestres, profetas e teólogos surgiram para garantir que a palavra se espalhasse e que sobretudo ela chegaria no máximo de sua integridade a cada um de nós crentes, tão fresca quanto saiu da boca do Filho do Homem...

Dados os tempos em que vivemos em que deixar cada um com a sua fé é a melhor forma de evitar uma catástrofe... O quanto desta missão que nos foi dada, pode ser considerada bem sucedida, vai da quilometragem de cada um... Em defesa de todos aqueles que tentaram, independente de tudo o que foi ou não logrado, acredito que posso dizer que "Ama o teu Deus acima de todas as coisas" e "Ama o teu próximo assim como a ti mesmo" não são lá tarefas tão simples quanto todos nós gostaríamos que elas fossem...

Mas o ponto aqui, é que não importa o quão divergente, quantos aliens, anjos de luz, criaturas fantásticas, viajantes do tempo e teorias da conspiração sejam anexas a fórmula... a verdade já nos foi revelada e todas as outras mensagens são uma propaganda muito bem elaborada com o intuito de comprar nossa alma imortal...

... O que supõe-se deveria limitar bastante quando alguém se propõe a escrever ficção. Ou era o que eu costumava acreditar até aprender que deus e o diabo, assim como qualquer outro simbolismo dualista de bem, de mal e das forças que hão de ser, são bastante comuns em todos os tipo de cenário. Afinal ainda esta para existir um mundo complexo dotado uma inteligência avançada, que não foi criado por um deus, seja ele quem for... Para ser sincero ainda estou para ler uma obra de ficção com um mundo que possa se afirmar como fruto de uma coincidência...
Conhecimento sem prática é inútil. Prática sem conhecimento é perigoso.
Mas então o que eu deveria me ater é a diferença entre deus e DEUS... o primeiro por mais que represente todo fantástico/absurdo que a mente humana já foi e ainda será capaz de produzir é apenas isso, uma imitação simplória fruto da concepção humana, sujeito flexões de gênero, quantidade, alinhamento e todo e qualquer forma de classificação que o homem já foi capaz de conceber na sua busca sem cessar por obter uma identidade... Por sua vez, o último deveria ser a representação de tudo aquilo que de tão terrível e maravilhoso, 'terrível' e 'maravilhoso' mal começam a explicar sua existência... de forma que maiores esforços em engendrar uma explicação plausível seriam repetitivos e pedantes...

A partir desta linha de pensamento, criar, descrever e representar deuses pode ser tido como uma atividade lúdica e inofensiva enquanto lidar com DEUS, ou demais integrantes da santíssima trindade sem observar corretamente o que esta expresso em Ap 22:18 e provavelmente em mais outras dezenas de diferentes ocasiões nos textos sagrados é passível de qualquer condenação já mencionadas nos mesmos. O que não impede vários autores de tentar, sejam eles abertamente ateus ou cristãos muito bem humorados...

O quão bem recebidos cada uma destas interpretações pode ser, depende de quanto você se julga capaz de exercer a tolerância com o seu próximo... Em uma notação de 0 a 10, 1 seria uma pessoa que é capaz de ler qualquer um destes materiais e levar numa boa e 10 seria uma pessoa que condena esta prática de forma tão severa que até mesmo o uso da palavra DEUS deveria ser restrito a um grupo seleto de pessoas por sua tentativa sem precedentes de limitar o Criador de todas as coisas a quatro letras em caixa alta... Verdade seja dita, eu sou apenas exagerado...
Eu acredito apenas no DEUS que criou os homens e não no deus que os homens criaram
E com todo este papo sobre pessoas que criam deuses... O que não falar das pessoas que «adoram» estes deuses? Tão limitados quanto costumam ser os meus conhecimentos sobre a língua local, eu sempre tive para mim que em uma escala, «adorar» era um acima de «;gostar» e um abaixo de «amar». O meio-termo ideal para expressar o seu apreço por algo ou alguém... quando um simples «gosto» não era o bastante, mas um «amo» era tão passional que dava até vergonhoso de falar em público...

Algo que sempre me pareceu uma ordenação lógica. Até que recentemente (Coisa de uns 4 anos atrás), me apontaram na faculdade que não era bem assim... Conforme me foi explicado... está escrito no primeiro mandamento que "Não adore outros deuses, adore somente a mim" (Ex 20:3 NTLH), ordem esta estabelecida junto a toda uma política de anátema para proteger o povo de Israel das "influências nocivas" das culturas já estabelecidas ao seu redor... Com todos os seus sacrifícios, prostituições sagradas e práticas pouco usuais... dito a adoração de ídolos de madeira, pedra e afins... E pensando a respeito, ídolo e adorar talvez até tenham a mesma raiz! Me pergunto, quando que o contexto em torno desta palavra mudou... ou se era só eu mesmo...

Mas então me ocorreu outra dúvida... como o uso desta uma palavra influencia meu cotidiano? Por exemplo existiria um paralelo justo em configurar minha admiração por personagens fictícios como algo similar a adoração de ídolos que era feita no passado? Sei que é um tópico de interesse quando se trata dos devotos que admiram imagens ou de Santos Católicos, Anjos ou das dezenas de encarnações/aparições de Jesus Cristo e da Virgem Maria por todo o mundo... Este que vos fala tem um interesse particular por mangas, animes, games e toda sorte de maravilhas oriundas do Japão. Não é um hobby em que eu invista tantos recursos financeiros, mas é algo no qual coloco tanto do meu tempo quanto eu costumo alocar para o blog, visto pela qualidade dos meus posts aqui...


Se eu extrapolar esta percepção, existiria uma pequena finidade de valores que uma pessoa colocaria senão acima, ao menos em paralelo com Deus. Coisas que se eu fosse apontar como a alguns minutos eu achei que deveria, soaria por demais mesquinho e pedante, tanto que nem vou pedir que meus poucos leitores analisem as suas consciências, porque quando você olha no abismo e ele olha de volta... é um negócio assustador... e nem pergunte como é quando ele não olha de volta... Se alguma coisa, hei de mencionar a declaração mais simpática de ateísmo que eu já li quando uma certa personagem em um certo manga, "vendeu a sua alma para a ciência". Isto define minha 'adoração' por personagens de papel e tinta... Deus tenha piedade da minha alma... porque aparentemente eu não tenho...

Até mais ver
mr. Poneis

Ps.: Digamos que para alguém religioso a divisão ideal de seu tempo seja algo como 8h para trabalho, 8 horas para descanso, 8 horas para lazer e 24 horas para DEUS... Esta seria uma meta de vida possível? Não esta realmente escrito em lugar nenhum que deveria ser assim e este tipo de matemática tem de levar em conta que o ser humano é uma variável complexa demais para ser calculada.

Ps2.: Post iniciado em uma segunda (MAI-09-2016) e terminado nesta sexta (MAI-13-2016).

Ps3.: Edit(MAI-24-2016): E eis que finalmente aprendo que o tratamento dispensado pelos católicos e ortodoxos a figuras religiosas tem lá sua justificativa e até mesmo denominação apropriada. O termo de origem grega Dulia seria então, uma honraria e uma forma de demonstrar respeito e admiração por algo ou alguém que ama a Deus mais do que você mesmo se consideraria capaz de amar... Uma variação especial deste termo ainda seria a Hiperdulia especialmente dedicada a Virgem Maria e a todas as suas manifestações ao redor do mundo, Fátima, Guadalupe, Aparecida entre outras centenas mais...

Ambos os termos seriam estritamente diversos da Latria (lit. "Adoração") que é de uso exclusivo a figura do Deus Todo Poderoso. Não que a grande maioria das pessoas saiba a diferença, quando existem também aqueles que acham tudo isso papo furado.

Ps4.: Edit (AGO-19-2016) E então me ofereceram uma solução bem simples para a minha dúvida... ter as minhas figuras de plástico e pôsteres na parede é uma coisa... agora dobrar os meus joelhos perante elas e rezar seria um pecado... Fez sentido para mim...