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Antes de mais nada, o sujeito que vos escreve não entende lá muita coisa de F.W. Nietzsche, então não tenha muitas expectativas. Pratique leitura em salas bem iluminadas e com boa circulação de ar.
Quando Nietzsche Chorou — Irwin D Yalom
Esta é uma envolvente mescla de fato e ficção, um drama de amor, fé e vontade tendo por pano de fundo o fermento intelectual da Viena do século XIX às vésperas do nascimento da psicanálise. Friedrich Nietzsche, o maior filósofo da Europa... Josef Breuer, um dos pais da psicanálise... um pacto secreto... um jovem médico interno de hospital chamado Sigmund Freud: esses elementos se combinam para criar a saga inesquecível de um relacionamento imaginário entre um extraordinário paciente e um terapeuta talentoso.
Na abertura deste romance irresistível, a intangível Lou Salomé roga a Breuer que ajude a tratar o desespero suicida de Nietzsche mediante sua experimental terapia através da conversa. Ao aceitar relutante a tarefa, o eminente médico realiza uma grande descoberta: somente encarando seus próprios demônios internos poderá começar a ajudar seu paciente. Assim, dois homens brilhantes e enigmáticos mergulham nas profundezas de suas próprias obsessões românticas e descobrem o poder redentor da amizade.
Algo impressionante, é o tempo gasto para se terminar este livro. Até mesmo eu que estava atravessando um período de letargia grave (leia preguiça e má vontade), fui capaz de terminá-lo em uma semana! Uma história gostosa e bem escrita, onde (talvez seja só eu), a única dificuldade fica por conta das passagens com conversa médica, e de alguns termos em alemão (nada que a wikipedia não resolva)
Mas o maior trunfo do livro fica por conta de sua ousada proposta. Um desenvolvimento brilhante das situações e personagens. Algo que todos os bons romances possuem, mas aqui com uma inovação magistral: As personagens existiram de fato e no caso dos protagonistas (Breuer e Nietzsche) estes jamais se encontraram de verdade. Tudo o que se dá a partir daí fica por conta da imaginação do autor, uma trama tão bem armada, que fica difícil de dizer o que é verdade ou ficção antes de se ter lido as notas do autor no final do livro.
Outra coisa são as críticas. Para compor esta resenha eu fui conferir algumas e realmente não há uma que diga um "a" contra o livro.
Em uma palavra: Único.
Até mais ver
Mr. Poneis